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Desde os tempos do Império, inúmeros autores se dedicaram à complexa tarefa de decifrar o Brasil. De tradições e épocas diferentes, um sem-número de interpretações foi escrito sobre a formação social do país, cujos temas ainda hoje inspiram discussões entre os especialistas. Nessa coletânea de artigos, 29 intérpretes do Brasil são analisados à luz de suas principais ideias e sob o ponto de vista de importantes pesquisadores contemporâneos. Alguns nomes consagrados, como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Hollanda, unem-se a outros, não tão famosos mas com importantes trabalhos sobre o Brasil, como Oliveira Vianna, Manoel Bomfim e Octavio Ianni. Escrita em linguagem acessível mas sem perder de vista a complexidade do tema, a obra estabelece um diálogo entre esses pensadores, suas obras e como suas ideias foram recebidas em determinados contextos. O resultado é uma compilação crítica que percorre o pensamento social em diferentes gerações: desde aqueles que se debruçaram sobre a construção do Estado durante o Império até os ensaístas clássicos da década de 1930, passando pelos teóricos do racismo científico, seus críticos na Primeira República, os modernistas nos anos 1920 e, finalmente, a geração pioneira dos cientistas sociais e seus primeiros discípulos. Ao reunir esses autores, Um enigma chamado Brasil propõe contribuir para o debate contemporâneo e introduzir aos estudantes e entusiastas do tema ideias fundamentais para o entendimento da sociedade brasileira. Ao final de cada verbete há indicações de leitura e, ao final do livro, uma breve biografia dessas personalidades. Na esteira dos variados pontos de vista cada artigo elabora uma explicação possível; juntos, eles convidam o leitor a refletir sobre diversos assuntos que sugerem ao fundo a famosa frase de Tom Jobim: "O Brasil não é para principiantes".